O cardápio que pode salvar vidas e o planeta!

O cardápio que pode salvar vidas e o planeta!



Alimentar 10 bilhões de habitantes e não causar danos catastróficos ao planeta parece ser uma missão impossível, né?
Buscando a solução, 37 especialistas de diversas áreas do mundo se debruçaram sobre o desafio e publicaram um relatório na revista científica THE LANCET que promete ser a alternativa para melhorar a saúde das pessoas e garantir uma produção sustentável de alimentos.

A Dieta para Saúde Planetária tem por princípio reduzir em + de 50% o consumo de carne e açúcar e dobrar a ingestão de frutas, grãos integrais, feijões, legumes e nozes. Segundo a pesquisa, essa mudança pode prevenir + de 11 milhões de mortes prematuras causadas por doenças como Obesidade, Diabetes, hipertensão e vários tipos de câncer ou em países subdesenvolvidos evitar mortes por fome e desnutrição. E o mais importante, tudo isso sem sacrificar o meio ambiente.

Os principais pilares da mudança:
1.     Incentivar o hábito de comer de forma saudável;
2.     Mudar a produção global de alimentos;
3.     Intensificar a agricultura sustentável;
4.     Criar regras mais rígidas sobre a administração dos oceanos e terras;
5.     E reduzir o desperdício de comida. 

Outra recomendação do relatório é a eliminação de alimentos considerados não saudáveis das prateleiras dos supermercados ou aumentar os impostos sobre eles para induzir as pessoas a escolherem opções mais saudáveis.
“Precisamos de uma revisão significativa, mudando o sistema global de alimentos em uma escala nunca vista antes, de acordo com as circunstâncias de cada país”, disse Tim Lang, um dos autores do documento. As sugestões foram feitas pela preocupação com a situação global em termos de desnutrição, crescimento da alimentação inadequada e os riscos ambientais causados pela poluição e pelo atual sistema de produção de alimentos. 

Por que precisamos de uma dieta para 10 bilhões de pessoas?
A população mundial chegou a 7 bilhões em 2011 e agora está em torno de 7,7 bilhões.
Espera-se que esse número chegue a 10 bilhões por volta de 2050 e continue subindo.
Qual o impacto da agropecuária?
De acordo com Matt McGrath, correspondente de Meio Ambiente da BBC, o uso da terra para o cultivo de alimentos e silvicultura corresponde a cerca de um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa, quase o mesmo que a eletricidade e o aquecimento, e substancialmente mais do que de todos os trens, aviões e automóveis do planeta.
"Quando você olha mais de perto o impacto ambiental do setor de alimentos, você pode ver que a carne e os laticínios são fatores primordiais - em todo o mundo, a pecuária é responsável por entre 14,5% e 18% das emissões de gases de efeito estufa provocadas por atividades humanas", acrescenta.
Segundo ele, a agricultura é um dos principais culpados pelas emissões de metano e óxido nitroso, que também colaboram para o aquecimento global.
"A agricultura também é uma fonte significativa de poluição do ar gerada pela amônia nas fazendas, uma das principais causas das partículas finas, que a Organização Mundial da Saúde (OMS) diz ser uma ameaça à saúde em todo o mundo."
"Da mesma forma, quando se trata da água, a agricultura e a produção de alimentos são uma grande ameaça, consumindo 70% das fontes globais de água doce para irrigação", completa McGrath.

A dieta planetária vai salvar o planeta?
O objetivo dos pesquisadores é alimentar mais pessoas, ao mesmo tempo em que:
·      Minimizam as emissões de gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas.
·      Impedem a extinção de espécies.
·      Não ampliam as terras agrícolas.
·      Preservam a água.

 No entanto, a mudança na dieta está longe de ser suficiente.
Para fechar essa equação, também será preciso reduzir à metade o desperdício de comida e aumentar a quantidade de alimentos produzidos nas terras para cultivo existentes.

Qual o próximo passo?

A comissão de especialistas vai apresentar as descobertas a governos de países do mundo todo, assim como a organizações globais como a OMS, para ver se podem começar a desenvolver iniciativas capazes de mudar nossos hábitos alimentares.

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